sexta-feira, 15 de abril de 2011

O desânimo de sair de casa


Tenho algumas amigas que não sofreram modificação quanto à disposição de sair de casa depois que os filhos nasceram. Uma delas me disse que não aguentava ficar em casa nem no primeiro mês. Mas comigo não foi assim.
O Henrique nasceu em junho de 2009 no auge da gripe suína, quando ainda não havia a vacina. Então no início realmente eu tinha pânico de sair de casa por causa da doença. Tinha medo até do ônibus que a empregada pegava todos os dias.
Depois passou essa fase, mesmo assim o desânimo continuou. É que eu sentia um cansaço fora do normal. Sair de casa para mim era um suplício e dava muito mais trabalho para cuidar do Henrique do que em casa, onde tínhamos tudo estruturado, os brinquedos, o berço, o tapete de EVA, a comida. Em casa também um pode cuidar do bebê enquanto o outro descansa um pouco.
À noite então eu pagava para não sair. Imagina chegar em casa tarde e depois ter que levantar de madrugada. Além disso o Henrique acordava de vez às seis horas da manhã e não tirava longas sonecas durante o dia. Então eu só saia quando a data era realmente muito importante: casamento, formatura, aniversário de alguém muito querido.
Lógico que fui julgada. Acharam que era frescura demais, que deveria ter acostumado o Henrique a sair de casa desde cedo e que não devemos deixar de ter a nossa vida normal por causa dos filhos.
Eu não deixava de fazer as coisas por causa do Henrique, mas por mim mesma. Era muito difícil para mim. Sem falar que o Henrique começou a engatinhar aos sete meses e só foi andar bem com 1 ano e 2 meses. Então era uma fase muito trabalhosa e perigosa em que o melhor era mesmo ficar em casa.
O desânimo só começou a melhorar quando o Henrique já estava com 1 ano e 6 meses. O Henrique já dormia um pouco melhor e percebi que a minha energia começou a voltar ao normal. Também ele andava bem, brincava e se interessava por tudo, se divertia muito quando saia de casa, o que me deixou mais animada.
Tenho a plena convicção de que não tive depressão nem síndrome do pânico, mas algo aconteceu em mim e com a minha energia. Expliquei o que estava acontecendo para as avós, minha irmã e os amigos próximos, que me entenderam e iam me visitar sempre. Meu marido também me compreendeu. Apesar de adorar sair de casa, ele respeitou o meu momento. O fundamental nessas horas é encontrar o apoio de quem realmente tem importância para nós.
Agora posso dizer que a fase passou, voltei ao normal. Na verdade estou adorando sair de casa com o Henrique. Ele fica muito feliz e eu também. Espero que não aconteça com você, mas se acontecer não se preocupe, nem fique angustiada pensando que tem algo errado. É uma fase que vai passar um dia.

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